Histórias baseadas em fatos reais

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

DUAS AMIGAS


Helena e Cláudia trabalham na mesma empresa, em setores diferentes. Todos os dias as duas se encontram e vão para o apartamento que dividem. São amigas de longa data, vindas do interior de Minas Gerais, em busca de trabalho e de estudo, na cidade de Belo Horizonte.

Todas as sextas-feiras, ambas se aprontam para, depois do serviço, partirem rumo as baladas. Helena, depois de renovar sua maquiagem, ajeitar cabelo e vestes, vai buscar Cláudia, que sempre se adianta e aguarda a amiga. A primeira compartilha com a outra as ocorrências do dia e, logo após, pára frente a Cláudia, corre os olhos, de cima a baixo, na amiga:

__ Nossa! Você está ótima! A não ser o seu cabelo... menina, você precisa dar um jeito nele, porque está muito ruim! desse jeito você não consegue arrumar companheiro!

Cláudia, pálida feito cera, engole seco, põe a bolsa sobre a mesa e, com muita dificuldade fala:

__ Olha, se você tivesse dito a respeito de minha roupa, meus sapatos, minhas bijoterias, eu te diria que posso mudá-los. Porém, com relação aos meus cabelos, eu sinto muito, pois são os que eu tenho.

__ Você sabe que eu sou sua amiga, e ainda acredito que, se der um bom trato em seus cabelos, eles podem melhorar, quem sabe?!

__ Acredito na sua amizade, mas isso te dá o direito de expor suas verdades da maneira como o fez?

Helena, tez feito fogo, aponta o dedo indicador para a amiga, aproximando-se dela e diz:

__ Não tenho papas na língua! Sempre falo o que penso, doa a quem doer. Agora tenho que medir minhas palavras para me dirigir a senhorita?...

Cláudia sente as pernas tremulas, segurando as lágrimas ainda no seu coração. Vai até a porta, volta os olhos para Helena:

__ Dependendo da maneira como se colocam verdades, a gente pode construir ou derrubar montanhas. Caí. Doeu. Mas tudo farei para me levantar, amiga. Pode ter certeza disso...

Por alguns minutos, o silêncio impera na sala. A memória de Helena cutuca-lhe os sentimentos, trazendo lembranças das críticas sinceras, mas em tom amoroso, que sua amiga lhe fizera. Imediatamente, posta-se frente a Cláudia, mirando-lhe os olhos, com os seus a nadar em lágrimas.

__ Vamos esquecer tudo isso? Você me perdoa?

__ Embora não tenha como deletar um fato já registrado, Helena, posso não me apegar a ele, e fazer dele um aprendizado. Espero que você faça o mesmo.

__ Então você não vai me perdoar?

__ Amigas não se perdoam.

Helena, sempre inabalável, deixa as lágrimas beijarem seu rosto.

Cláudia, com mãos delicadas, mas firmes, enxuga as lágrimas da amiga.

__ Amigas não se perdoam. Amam-se...

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

O outro Mundo

O outro Mundo, que se delineia há um tempo, permite a vitória do "bem" sobre o "mal", porém perdendo vantagens, já que sua divulgação segue em passos lentos, embora a existência de línguas dispostas a traduzir todos os sentimentos advindos desse novo ser e estar. Como disse na descrição deste blog, tentarei ser uma dessas línguas, trazendo bases para o nascimento de um Mundo onde impere a vontade, de cada indivíduo, de ampliar em si a luz, até então tímida, fosca, melhorando-se em todos os aspectos. E o que seria esse "melhorar"? Não somos os mesmos que fomos ontem, e amanhã teremos a possibilidade de evoluirmos ainda mais. Em que sentido? Sepultando o homem velho que fomos, buscando trazer à tona um homem com vistas ao sentido verdadeiro do que seja o "bem". Pessoas que procuram cuidar de seu semelhante, independente da religiosidade, amando-o, respeitando-o com sinceridade; gente conhecedora da importância de se viver em harmonia uns com os outros. Para amar, ser fraterno, solidário e altruísta não dependemos de religiões. Elas, em sua maioria, tem trazido mais discórdia entre os homens do que a compreensão e a fraternidade, substantivos estes que deveriam ser o eixo, o pilar da humanidade. As pessoas tem direitos, entre tantos, de escolher seu trilhar religioso-filosófico, mas creio eu que o importante é superar o materialismo, fator que poderá criar uma sociedade mais compassiva, mais espiritualizada, gerando o franco entedimento entre os povos, respeitadas todas as diferenças.

Em cada átomo, que compõe o nosso ser, em TODOS os homens, existe uma radiação luminosa, feito tocha incandescente, apta a brilhar, expandindo luz em todas as direções. O momento é de enfatizar tudo que reluz, que tenha como fonte o amor incondicional, emergindo homens renovados, prontos a mudar a tragetória da Terra, mediante o nascimento desse novo Mundo.

Daqui para frente, a cada postagem, seguindo o meu desafio, trarei um ponto, uma vírgula, que possam mostrar melhor esse Mundo, assim como o de vários outros, inclusive o que criamos dentro de nós mesmos. Espero contar com a participação dos leitores, por meio de comentários, acrescentando seus sentimentos e idéias. Muito obrigada. Eliane A. Silveira

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

O Mundo da Materialidade


Este mundo exala materialidade. Quase tudo é iníquo e permissivo. Ainda que não saibamos exergar o tênue fio que separa e define o "bem" do "mal", nesse mundo, o "mal", ou seja, tudo que é contrário ao respeito, à ética e despido de moral, sobrepuja o "bem", idéias ou ideais que se assentam na solidariedade, na busca contínua de conquistas revertidas para o bem comum, no expandir da espiritualidade humana.
A maldade, que a meu ver, não passa de uma doença, podendo ser curada se o doente quiser, ainda impera nesse Mundo materialista. As reais ações de solidariedade, verdadeiros atos de generosidade podem mudar esse cenário.
Por que a maioria dos homens vibra, torce pelos vilões nos filmes, novelas ou em qualquer situação, argumentando que sem eles a história não teria a mesma sensação? Talvez porque ainda trazemos a herança de milênios, carregada de ódio, mágoa, ressentimento, e o velho conceito de que "fortes" são todos aqueles que não hesitam em atropelar pessoas, no afã de conseguirem seus intentos egoístas ", sem se incomodarem com a dor alheia. Falam o que lhes vem à cabeça, excluindo o outro, muitas vezes de forma acintosa, enaltecendo o fato de não terem papas na língua. E o pior é que tem conseguido os melhores lugares sob o sol os oportunistas, os déspotas, os corruptos, aqueles, cujo bom caráter é completamente irrelevante. Todos nós sabemos disso, mas alimentamos essa decadência moral e espiritual ao emitirmos pensamentos, sentimentos e ações originadas na descrença de que a bondade, generosidade e outros valores dessa natureza, possam superar a força da maldade. Acontece que, até mesmo inconscientemente, enviamos correntes vibratórias de alto teor negativo, quando nos posicionamos de forma tal ao evidenciarmos esse Mundo doente, por intermédio da maledicência ou críticas que fazem tão somente fomentar o lado negativo daqueles a quem nos dirigimos.
Creio que, desenvolvendo tudo o que há de melhor em cada ser humano, iniciando-se esse processo em nós mesmos, já estaremos dando os primeiro passos, contribuindo para o equilíbrio de todos.

Sinto que ainda há tempo de nos postarmos na balsa que navega entre este Mundo e o outro. Nela não poderemos levar os tesouros terrenos, pois o peso desses bens pode afundá-la. Ficaremos à deriva, sem norte, e fadados a permanecer nesse ser e estar, quase que completamente infecto, repelto de angustia, temores, desafetos, desequilíbrios.

A Terra não está em seu fim. O Mundo da materialidade é que, paulatinamente, será extirpado.

Eliane Aparecida Silveira